16 de julho de 2024
TECNOLOGIA

Startup da Esalq faz pesquisas de carbono no agro em Piracicaba

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Denise Guimarães/Esalq
Niklas Kluger, um dos fundadores da InPlanet

Cada vez mais presente nos debates relacionados ao meio ambiente, o sequestro de carbono para evitar danos em áreas produtivas, como a desertificação dos terrenos, tem sido uma das promessas para sustentabilidade do agronegócio. Com base na Esalqtec, incubadora de startups ligadas à tecnologia no agronegócio da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), a empresa formada pelos alemães Niklas Kluger e Felix Harteneck tem desenvolvido pesquisas em Piracicaba para auxiliar pequenos agricultores a fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono.

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Engenheiro ambiental, Kluger teve seu primeiro contato com o Brasil em 2013, quando trabalhou em uma ONG nos estados de São Paulo e no Piauí. Voltou ao Brasil em 2021, quando passou a desenvolver uma tese de mestrado na região Nordeste, que focava no potencial do mercado de carbono para reverter a desertificação e degradação do semiárido rural. Durante esse tempo, surgiu a ideia de dar início à startup. “Um dos meus melhores amigos, Felix Harteneck, me visitou no Nordeste e, durante uma longa viagem de carro da Serra da Capivara à Recife, idealizamos a fundação de uma StartUp com a visão de usar tecnologias naturais de sequestro de carbono, para alavancar a restauração dos solos tropicais”.

O projeto foi apresentado primeiramente a uma aceleradora europeia, e, a partir disso, surgiu a InPlanet (da qual Niklas e Felix são sócios e co-fundadores), uma empresa de remoção de carbono que atua em colaboração com os agricultores para restaurar seus solos e ajudá-los a fazer a transição para uma agricultura de baixo carbono, sustentável e baseada na natureza. A Esalq entra na história da dupla em 2022, quando Niklas estava em intercâmbio na instituição. “Eu procurava estudar as ciências de solo com docentes de renome na área”. E da aproximação com docentes e pesquisadores da Esalq, concretizou seu objetivo. “Meu objetivo então era trabalhar nos dois continentes, a América do Sul e Europa, desta vez investindo no mercado de carbono”, conta.

Hoje, a InPlanet tem sede no Brasil e na Alemanha e está associada, desde 2023, à Esalqtec. “O Brasil já apresentava legislação vigente nesta área e, com a guerra na Ucrânia, aumentou a necessidade de encontrarmos vias alternativas que diminuíssem a dependência dos fertilizantes provenientes da Rússia”, disse. Na prática, a InPlanet atua no mercado de carbono e, como contrapartida no campo, emprega o uso de rochas como via de remoção de gás carbônico da atmosfera. A atividade de pesquisa e inovação acontece em Piracicaba, enquanto o comercial da startup acontece na Alemanha. “O Brasil tem condições ideais, os solos tropicais e o uso de pó de rocha em terras agrícolas por aqui apresenta o maior potencial de remoção de carbono em todo o mundo”, completa Niklas.

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