Mesmo após o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) ter julgado irregular o aumento salarial de assessores parlamentares e chefes de gabinetes na Câmara de Araçatuba em patamares que se aproximam de R$ 20 mil, o Legislativo foi ligeiro ao fazer manobra e, ontem de manhã, em sessão extraordinária, aprovou nova lei que garante os supersalários dos apadrinhados políticos.
Mas a farra não está totalmente garantida. A coluna teve acesso a um ofício de autoria do Ministério Público encaminhado à presidente da Câmara, Cristina Munhoz (União Brasil), questionando a urgência e necessidade de tamanho reajuste.
No documento, enviado antes da sessão dessa segunda-feira, a Promotoria do Patrimônio Público lembra do veredicto da Justiça Paulista e sinaliza que eventual descumprimento da sentença poderá gerar uma ação por improbidade administrativa (mau uso do dinheiro público).
Diante do que se viu ontem, pode-se dizer que o legislativo araçatubense ignorou o aviso.
Ataques
Assim que o aval para a elevação salarial foi dado, veio à tona uma avalanche de ataques aos seis parlamentares favoráveis à alta: Antônio Edwaldo Dunga Costa (União Brasil), Jaime José da Silva (PSDB), Gilberto Batata Mantovani (PL), Maurício Bem Estar (PP), Regininha (Avante) e Wesley da Dialogue (Podemos). Alceu Batista(PSDB), João Moreira (PP) e Nelsinho Bombeiro (PV), que estiveram ausentes da votação, também não escaparam, além de Cristina.
Eleição
As mensagens lembravam que o ano que está por chegar terá eleição municipal e, devido à atuação política em benefício próprio, esses parlamentares não merecem a reeleição. Foi uma verdadeira campanha. Enfim, como se percebe, a votação dessa segunda-feira custará caro ao município, mas também sairá salgada para os vereadores. Juridicamente, há um risco iminente de improbidade. No campo político, é o eleitor quem quer satisfação.