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01 de junho de 2024

OPINIÃO

Câmara poderá responder por improbidade

Legislativo foi ligeiro ao fazer manobra e, ontem de manhã, em sessão extraordinária, aprovou nova lei que garante os supersalários dos apadrinhados políticos.

da Redação

19/12/2023 - Tempo de leitura: 2 min

Reprodução

Decisão da Câmara gerou revolta na população

Mesmo após o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) ter julgado irregular o aumento salarial de assessores parlamentares e chefes de gabinetes na Câmara de Araçatuba em patamares que se aproximam de R$ 20 mil, o Legislativo foi ligeiro ao fazer manobra e, ontem de manhã, em sessão extraordinária, aprovou nova lei que garante os supersalários dos apadrinhados políticos.

Mas a farra não está totalmente garantida. A coluna teve acesso a um ofício de autoria do Ministério Público encaminhado à presidente da Câmara, Cristina Munhoz (União Brasil), questionando a urgência e necessidade de tamanho reajuste.

No documento, enviado antes da sessão dessa segunda-feira, a Promotoria do Patrimônio Público lembra do veredicto da Justiça Paulista e sinaliza que eventual descumprimento da sentença poderá gerar uma ação por improbidade administrativa (mau uso do dinheiro público).

Diante do que se viu ontem, pode-se dizer que o legislativo araçatubense ignorou o aviso.

Ataques
Assim que o aval para a elevação salarial foi dado, veio à tona uma avalanche de ataques aos seis parlamentares favoráveis à alta: Antônio Edwaldo Dunga Costa (União Brasil), Jaime José da Silva (PSDB), Gilberto Batata Mantovani (PL), Maurício Bem Estar (PP), Regininha (Avante) e Wesley da Dialogue (Podemos). Alceu Batista(PSDB), João Moreira (PP) e Nelsinho Bombeiro (PV), que estiveram ausentes da votação, também não escaparam, além de Cristina.

Eleição
As mensagens lembravam que o ano que está por chegar terá eleição municipal e, devido à atuação política em benefício próprio, esses parlamentares não merecem a reeleição. Foi uma verdadeira campanha. Enfim, como se percebe, a votação dessa segunda-feira custará caro ao município, mas também sairá salgada para os vereadores. Juridicamente, há um risco iminente de improbidade. No campo político, é o eleitor quem quer satisfação.

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