27 de julho de 2024
AGIOTAGEM

Justiça determina prisão preventiva de 7 acusados da operação ‘Castelo de Areia'

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Evanderson Guimarães, Douglas Guimarães, Ezequias Guimarães, Ronny Hernandes, Rogério Requel, Bruno Guimarães e Leomabio Paixão

O Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio do juiz da 3ª Vara Criminal de Franca, determinou a prisão preventiva de sete acusados por envolvimento com agiotagem no município, que foram denunciados na operação “Castelo de Areia” realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio da Polícia Militar, no dia 24 de novembro.

Tiveram a prisão temporária convertida em preventiva os seguintes acusados: Evanderson Lopes Guimarães, Douglas de Oliveira Guimarães, Ezequias Bastos Guimarães, Ronny Hernandes Alves dos Santos, Rogério Camillo Requel, Bruno Bastos Guimarães e Leomabio Paixão da Silva. A decisão foi emitida na sexta-feira, 1º.

Três deles seguem foragidos: Rogério Camillo Requel, Ronny Hernandes Alves dos Santos e Douglas de Oliveira Guimarães. Os demais acusados seguem presos e recolhidos no sistema prisional.

O grupo é acusado de integrar uma quadrilha que agia com violência na atuação de agiotagem, inclusive com a participação de um ex-policial civil, Rogério Camillo Requel.

Os promotores do MP informaram que essa organização criminosa era formada por núcleos familiares. Os agiotas seriam tios e sobrinhos, e cada um tinha uma função específica no esquema. Segundo o Gaeco, era usado capital próprio dos membros da quadrilha para movimentar a organização.

Os juros eram variados em cima de cada empréstimo, podendo ir de 8% até 30%. "A partir do momento em que havia o investimento e começava a girar, ao longo dos meses, o retorno, é natural que haja lavagem de dinheiro. Então, usavam nomes de terceiras pessoas, os ditos laranjas, para contas bancárias, cheques, veículos e imóveis... Tudo isso é natural por conta da grande movimentação de valores", disse o promotor Adriano Mellega.

Segundo o Gaeco, a quebra das contas bancárias dos investigados mostrou uma movimentação aproximada de R$ 36 milhões nos últimos três anos.

Veja abaixo a função de cada membro, de acordo com as investigações:

Evanderson Lopes Guimarães: apontado como um dos líderes da quadrilha, atuava diretamente na concessão dos empréstimos e cobranças ameaçadoras dos devedores inadimplentes.

Douglas de Oliveira Guimarães: segundo a denúncia do Gaeco, era outro líder da quadrilha e agia também diretamente na concessão dos empréstimos e cobranças ameaçadoras dos devedores inadimplentes.

Ezequias Bastos Guimarães: é pai de Douglas de Oliveira Guimarães. Apontado também como parte da liderança do grupo, atuava diretamente na concessão dos empréstimos usurários e cobranças ameaçadoras dos devedores.

Rogério Camillo Requel: contribuía para a prática dos empréstimos em benefício da organização criminosa, e impedia, enquanto policial civil, que as atividades investigativas desempenhadas pela Polícia Judiciária desnudassem as práticas ilícitas engendradas pelo esquema e minassem os rendimentos obtidos. Também era um dos responsáveis por realizar a cobrança dos empréstimos da organização criminal e se valia da condição de policial civil para intimar e ameaçar os devedores.

Ronny Hernandes Alves dos Santos: segundo as investigações, atuava na área de empréstimos de forma prioritária, inclusive divulgava as questões dos empréstimos em suas redes sociais. Também fazia a cobranças dos devedores inadimplentes, realizando ameaças, inclusive de morte.

Bruno Bastos Guimarães: promovia empréstimos e fazia cobrança dos devedores inadimplentes. Bruno agia mediante o emprego de grave ameaça aos devedores do grupo. Também tinha papel importante na lavagem do dinheiro com a pratica ilícita.

Leomabio Paixão da Silva: de acordo com a denúncia do Gaeco, era um dos responsáveis por realizar a cobrança dos devedores que estavam atrasados. Atuava em nome da organização criminosa, prestando serviços para os denunciados Ezequias Bastos Guimarães e Evanderson Lopes Guimarães.