29 de novembro de 2024
EM LEVANTAMENTO

Indústria alimentícia é atualmente a mais lucrativa da região de Bauru

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Fundação Seade/Divulgação
Vagner Bessa, gerente de indicadores econômicos da Fundação Seade

O setor de produtos alimentícios compõe o maior Valor de Transformação Industrial (VTI) na região administrativa de Bauru, com participação de 41,4%, conforme levantamento elaborado pela Fundação Seade. Em segundo lugar, figura o de biocombustíveis, com 12,3%, seguido por máquinas e equipamentos, 9,5%, celulose e papel, 8,8%, e bebidas, com 5,5%, fechando o ranking regional dos cinco primeiros colocados.

O VTI é um indicador que representa a diferença entre o valor da produção e o custo dos insumos consumidos no processo produtivo, ou seja, o lucro com as vendas. O ano de 2021 é o último período levantado pelo Seade em seu novo produto, o Painel da Indústria em São Paulo. A região de Bauru abrange 39 municípios.

Segundo Vagner Bessa, gerente de indicadores econômicos da fundação, o resultado é puxado especialmente pela produção de açúcar, sendo que as usinas também respondem pela fabricação de biocombustíveis. Nestes dois segmentos, as cidades com maior destaque são Lins e Promissão, responsáveis, respectivamente, por 2% e 1,3% do total da riqueza gerada pela indústria alimentícia paulista e 6,3% e 5,9% da receita líquida de combustíveis como etanol, biodiesel e biogás. Vale destacar que Bauru também possui empresas representativas do ramo de alimentos, como a Haribo, Mezzani, Zanchetta (que incorporou o frigorífico Mondelli) e Sina.

Já o segmento de máquinas e equipamentos é puxado por Pederneiras, que abriga empresas como a Volvo e Pedertractor, e o de papel e celulose, por Lençóis Paulista, devido às atividades da multinacional Bracell. Agudos, com a Ambev, é a principal responsável por alçar o setor de bebidas no ranking das cinco principais atividades da indústria regional, respondendo por 8,8% da produção do Estado. "Ou seja, estamos vendo um crescimento industrial no entorno do polo regional", destaca Bessa.

Em pouco menos de 20 anos, a região ampliou sua participação no VTI do Estado, de 1,7% para 2,7%, avançando da nona para a sexta posição, de 2003 a 2021, entre as 16 regiões administrativas. "No Oeste paulista, só perde por muito pouco para a região Central (que abrange Araraquara e São Carlos e saltou a 2,8%), ficando à frente de São José do Rio Preto, Barretos, Marília, Franca, Araçatuba", frisa o especialista.

De acordo com ele, neste período, houve um processo de interiorização da indústria, especialmente a partir de 2010, o que contribuiu para fortalecer a economia desta região do Estado. "Desde então, a maioria das empresas que entram no Estado busca o Interior, por conta da infraestrutura. E as principais beneficiadas deste processo foram as regiões de Campinas e Sorocaba e, no Oeste, Bauru, mais fortemente nestes cinco setores que o levantamento revela", analisa.

O Painel da Indústria da Fundação Seade é uma revisão do Mapa da Indústria em São Paulo e preenche uma lacuna de informações sobre a indústria nos municípios do Estado de São Paulo, uma vez que os dados das pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que agora são anuais, são divulgados apenas para os estados brasileiros.