Na potência máxima.
São José dos Campos alcançou em agosto o volume de R$ 1,068 bilhão na exportação de aeronaves, 35% acima do que exportou em aviões no mesmo período do ano passado.
Cidade da principal sede da Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, São José dos Campos ostenta a marca de impulsionar as exportações de aeronaves no Brasil.
O município detém 58% do total das exportações de aeronaves feitas pelo país de janeiro a agosto de 2023. O Brasil vendeu US$ 1,834 bilhão do produto neste ano.
No estado de São Paulo, a participação de São José é ainda mais representativa, com 64% do total exportado em aeronaves neste ano – US$ 1,665 bilhão.
A decolagem positiva de São José na balança comercial ajudou o país e o estado a aumentaram as exportações de aeronaves neste ano na comparação com o ano passado, considerando o período de janeiro a agosto.
Nestes oito meses, o Brasil expandiu em 22% a venda de aeronaves ao exterior e o estado aumentou em 47%.
A tendência é de São José aumentar a participação na pauta exportadora do Vale, do estado e do país, em razão do aumento das entregas da Embraer, que cresceram 47% no segundo trimestre deste ano comparado ao mesmo intervalo de 2022.
Segundo o CEO e presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, as projeções da empresa são de crescimento.
"Estamos em um momento de crescimento. Há diversas campanhas de vendas em andamento e temos uma equipe motivada para fazer a Embraer retomar o seu potencial máximo. Esperamos uma aceleração dos pedidos nos próximos trimestres", afirmou o executivo.
BALANÇA
O resultado das exportações de São José fez das aeronaves o maior ativo da balança comercial da RMVale, no lugar do petróleo, produto de baixo valor agregado.
Os aviões exportados pela Embraer são um dos produtos de maior valor agregado vendidos pelo Brasil no exterior.
A região aumentou a exportação de aeronaves em 33% de janeiro a agosto de 2023 na comparação com o mesmo período de 2022: US$ 1,109 bilhão contra US$ 834,9 milhões.
No mesmo intervalo, a exportação de petróleo caiu 27%: US$ 3,476 bilhões contra US$ 4,794 bilhões.
O produto mantém a liderança da pauta exportadora da região, mas com menor participação no total da balança. A participação do petróleo caiu de 58% para 49%, um recuo de 15,6%.
Na contramão, as aeronaves aumentaram a participação nas exportações regionais, passando de 10% para 16%, alta de 54,6%.
Terceiro produto mais exportado pela RMVale, os automóveis perderam volume de venda neste ano, com US$ 447,5 milhões diante de US$ 528,3 milhões no ano passado, retração de 15%. Com isso, a participação dos carros no total da exportação caiu 1,4%, de 6,47% para 6,38%.
RM CAMPINAS
Na RM Campinas, os números da balança comercial em 2023 foram mais baixos do que em 2022, de janeiro a agosto. As exportações caíram 0,9%, com US$ 3,728 bilhões contra US$ 3,763 bilhões.
Com forte presença nacional nas importações, a região comprou menos do exterior neste ano: US$ 9,888 bilhões ante US$ 12,076 bilhões no ano passado.
O resultado foi um déficit na balança comercial da RM Campinas de US$ 6,159 bilhões, contra o déficit de US$ 8,312 bilhões do ano passado.
“A queda pode indicar desaceleração da produção industrial”, disse Paulo Ricardo Oliveira, professor do Observatório PUC-Campinas.