O estudante Luan Augusto, 16 anos, é a segunda vítima de disparos de arma de fogo feitos no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé. Ele morreu no Hospital Universitário de Londrina (HU).
A morte de Luan foi confirmada pela família, que autorizou a doação dos órgãos do jovem. Na segunda-feira (19), ele foi atingido com tiros na cabeça por um ex-aluno do mesmo colégio, de 21 anos, que entrou na instituição dizendo que solicitaria documentos. O rapaz está preso.
Luan estava internado em estado grave. Segundo o HU, a morte aconteceu por volta de 3h15 da madrugada desta terça-feira (20).
Karoline Verri Alves, 16 anos, namorada de Luan, morreu dentro do colégio, logo após o suspeito invadir o local e fazer os disparos. Ela foi atingida com um tiro na cabeça, segundo o Serviço de Atendimento Móvel (Samu).
O CASO
De acordo com o Governo do Paraná e a Polícia Militar, o autor do ataque, ocorrido na segunda-feira (19), é um ex-aluno de 21 anos. Ele foi preso e levado para Londrina (PR), cidade vizinha a Cambé.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro, o ex-aluno disse que sofria bullying quando frequentou a escola (até 2014) e teria planejado o ataque nos últimos meses. À polícia o atirador afirmou que o ataque seria uma vingança pelas ofensas que sofreu no passado.
"Ele alega que, no período em que estudou no colégio, do 1º ao 7º ano, sofria bullying dos alunos que tinham a idade dele à época, 15 anos. O objetivo dele, hoje, era atacar jovens com essa faixa etária", disse o delegado.
Conforme Ribeiro, o atirador afirmou ter sido diagnosticado com esquizofrenia e passa por acompanhamento junto à Secretaria de Saúde de Rolândia (PR), outra cidade vizinha, onde mora. "Isso tudo vai ser averiguado, nomes dos profissionais, medicamentos. Ele alega que tem perturbações, v ê pessoas e coisas e ouve vozes. São as palavras que ele utilizou."
O atirador usou no ataque um revólver calibre 38, adquirido em Rolândia, e entrou na escola com 50 munições e sete carregadores. Segundo a polícia, ele também comprou uma machadinha recentemente, no último dia 10.
"O objetivo era entrar no colégio e matar o máximo de pessoas possíveis", acrescentou o secretário Teixeira, que foi até o local do crime.
Segundo ele, o ex-aluno entrou na unidade alegando que queria solicitar seu histórico escolar e foi ao banheiro antes de iniciar o ataque.
"Saindo do banheiro, ele já saiu em posse de uma arma de fogo, passou a efetuar disparos no corredor e foi até o fundo do colégio, onde havia alguns estudantes em atividades de educação física, vindo a atingir uma moça com um tiro na cabeça e um rapaz", afirmou o secretário.
Em entrevista à imprensa em Curitiba, o governador Ratinho Junior (PSD) disse que um professor teria segurado o atirador. Segundo Ratinho, o docente teria passado por um treinamento recente, após sequência de ataques a escolas do país nos últimos meses. O governador decretou luto oficial de três dias e lamentou o episódio.
O Colégio Estadual Professora Helena Kolody tem 632 alunos matriculados, dos ensinos fundamental e médio, segundo a Seed. As aulas foram suspensas nesta segunda em toda rede pública de Cambé e por tempo indeterminado na escola alvo do ataque.
Após a prisão em flagrante, materiais foram apreendidos na casa do atirador. "As polícias Civil e Militar estiveram na residência do rapaz, que tinha algumas anotações de cadernos apreendidos e encaminhados para a Polícia Civil para verificação de por que cometeu esse ato", disse o secretário Hudson Teixeira.