Está prevista para hoje a divulgação, pelo governo de São Paulo, de um pacote de medidas de segurança para as escolas estaduais. Entre as providências a serem anunciadas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está a contratação de segurança particular desarmada para os estabelecimentos de ensino em condição de vulnerabilidade.
O pacote incluirá, ainda, reforço da ronda escolar e aperfeiçoamento do trabalho de inteligência para monitorar as redes sociais, além da disponibilização de mais psicólogos e ampliação do acesso ao trabalho terapêutico desses profissionais, hoje restrito aos estudantes, para professores e pais de alunos.
A gestão Tarcísio considera "vulneráveis" estabelecimentos de ensino mais expostos, pela diversidade de suas características, a atentados, de variadas naturezas, aos interiores de suas dependências. O trabalho de monitoramento desarmado será efetuado por equipes de empresas especlalizadas privadas a serem contratadas pelo governo de SP.
Na segunda-feira, em Campinas, Tarcísio havia afirmado que as ações do governo para promover a segurança nas unidades de ensino do Estado seriam desenvolvidas no sentido de "criar vínculos" com as comunidades escolares.
O tema segurança nas escolas tomou conta do debate público e das redes sociais, nos últimos dias, depois que dois atentados chocaram o País. No fim de março, um aluno de uma escola da zona oeste da capital paulista esfaqueou e matou uma professora. Dias depois, em Blumenau (SC), um homem pulou o muro de uma craque e, armado com uma machadinha, matou 4 crianças e feriu outras 5.
PÂNICO EXAGERADO
Avaliação feita ao UOL pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), é de que o pânico que tomou conta da internet (redes sociais e aplicativos de mensagens de estudantes e famílias) faz com que a quantidade de potenciais agressores pareça maior do que realmente é.
De acordo com o coordenador do Monitor da USP, Pablo Ortellado, a boataria gera sensação de insegurança e amplifica o problema, uma vez que as contas e redes utilizadas para celebrar e fomentar ataques têm um número bastante restrito de operadores.
Pouca gente que, porém, conta com o pânico e os boatos para ganhar reputação. "Identificamos poucas centenas de contas em redes como Twitter, TikTok e Discord. E mesmo a imensa maioria são adolescentes que estão lá por curiosidade e nunca farão nada", afirma.
Para sustentar sua tese, Ortellado ressalta que o Brasil tem menos de190 mil escolas, entre o ensino básico e o superior. E que, mesmo com os recentes ataques, registrou pouco mais de 20 casos com vítimas nos últimos 20 anos.