Na casa da bancária Verônica Arroyo Quintanilha, de Araçatuba, todos estão ansiosos para a chegada do mês de dezembro. Ela, a filha Camily, de 10 anos e os pais de Verônica, finalmente vão partir de viagem com destino a Campos do Jordão. "Não vejo a hora de passear e ver as belas decorações da cidade. Estávamos ansiosos pelo tempo que tivemos que esperar para fazermos uma excursão. Agora é só chegar o dia para aproveitar, tomando todas as precauções, é claro!", enfatiza.
Quem pensou que a pandemia fosse impedir as famílias de viajarem, se enganou. Um levantamento realizado pela plataforma Hoteis.com revelou que 53% dos viajantes pretendem priorizar passeios com a família e 46% desejam destinos ao ar livre para evitar aglomerações, como cachoeiras e praias.
O período em isolamento social parece ter despertado ainda mais a vontade de arrumar as malas e partir para viagens. A pesquisa mostra que 70% dos entrevistados afirmaram que vão passar a valorizar o hábito de viajar e ambicionam aumentar a frequência, principalmente para locais no próprio país, após esse momento de crise.
Esses dados já refletem positivamente para as agências de viagens. Depois de passar sete meses sem poder trabalhar, a empresária e guia de turismo, Ana Laura Moretti, de Birigui, finalmente retomou as atividades da sua agência de viagens. Em pouco mais de 15 dias ela começou a disponibilizar a venda de pacotes de turismo para diversos destinos. "O resultado está sendo surpreendente. 70% das vagas já foram preenchidas nesse pequeno período de vendas. As pessoas estavam desesperadas para viajar", brinca.
Os destinos são variados: praias, trilhas com cachoeiras, montanhas, esportes radicais e até passeios culturais. Os valores variam de R$ 200 a R$ 1.600, conforme a viagem escolhida. As viagens são realizadas por rodovias, o que torna os valores mais acessíveis. Mesmo assim, segundo a empresária, os preços tiveram reajustes nesse período pós-pandemia. "Os valores como alimentação, hospedagens, transporte, pedágios e combustíveis estão absurdamente elevados", comenta.
VIAGENS INTERNACIONAIS
Já a procura por viagens internacionais segue com passos mais lentos, ainda distante da normalidade. De acordo com o dono de agência de viagens e intercâmbio de Araçatuba, Celso Rinji Takahashi as vendas estão 70% menor, em relação ao mesmo período do ano passado. "Essa queda já era prevista devido ao período em que estamos vivendo. A maioria dos destinos mais procurados pelos brasileiros ainda segue com as fronteiras fechadas, como Europa, Estados Unidos, Chile e Argentina. Os clientes também estão aguardando a chegada da vacina para poderem viajar mais tranquilos", comenta.
Segundo ele, há uma previsão otimista de recuperação de até 20% até dezembro, com a chegada das festas de natal e ano novo. "Já estão sendo disponibilizados pacotes bem atrativos e vôos com grandes descontos", destaca.