Vários dos maiores economistas eram também filósofos. Adam Smith (1723-1790), autor do clássico A riqueza das nações, publicado em 1776, é até hoje considerado um dos principais pensadores da economia de mercado e das vantagens da liberdade econômica para o progresso material e o desenvolvimento social. Durante muito tempo, Smith foi professor de filosofia moral, área em que publicou a obra Teoria dos sentimentos morais.
Stuart Mill (1806-1873), autor de Princípios da economia política, fez fama como forte defensor da liberdade econômica e das liberdades individuais e ainda é tido por muitos como um dos mais influentes filósofos de língua inglesa. Entre os críticos do capitalismo no tempo da Revolução Industrial, Karl Marx (1813-1883) se destaca, e sua produção é volumosa tanto na Economia quanto na Filosofia. John Maynard Keynes (1883-1946), considerado o maior economista do século 20 – embora, para meu gosto, Ludwig von Mises foi bem maior.
Aqui no Brasil, Roberto Campos (1917-2001), um dos maiores intelectuais e homem de Estado, primeiro se formou em Filosofia e Teologia para somente depois.
Olhando a história, percebe-se que a instrução em Filosofia, formal ou não, é requisito essencial para quem quer entender com profundidade a Economia. A descoberta da verdade e a apreensão da essência da realidade se dão pela relação entre sujeito (o ser humano) e objeto (a realidade exterior ao homem).
Aqui reside um dos mais complexos problemas da filosofia e do conhecimento. Mas isso é tema para outro artigo.
José Pio Martins é economista e reitor da Universidade Positivo