Bolacha ou biscoito, porta com “r” interiorano ou com “r” carioca, frio ou calor. A diversificada cultura brasileira permite que várias discussões divertidas sejam realizadas, mas em algumas se pode tirar ganchos para sérias reflexões. É o caso, por exemplo, do clima. Enquanto uns gostam mais da coberta, outros preferem o sol escaldante. Mas, ao final, e aproveitando-se da tradição de muito calor em Araçatuba e região, como se pode evitar que o calor seja tão exagerado?
Talvez quase todos os anos nossa cidade fica três, quatro meses sem chuva, com umidade baixa e um calor insuportável. Outubro deverá começar com recordes de temperatura para o ano, ficando pelo menos uma semana entre 40ºC e 41ºC, algo não surpreendente ou anormal, mas que certamente incomoda bastante.
É ótima a vinda do parque aquático como opção para se refrescar – ufa – mas não se pode frequentá-lo diária e diuturnamente. O que nos sobra? Já passou da hora de nos atentarmos para o plantio de árvores. Há organizações e indivíduos que se preocupam com a causa, mas a atuação de formiguinha gera resultados apenas para um longo prazo, diferentemente se todos se unissem para isso.
A Avenida dos Araçás é uma das várias vias que precisam de urgente atenção. E já passei isso para integrantes do governo: não é mais possível aceitar. Naquele canteiro central já passou da hora de se plantar árvores. As ruas Marcílio Dias e Silva Jardim também. Todas com um fluxo de pessoas e veículos muito alto.
Recentemente a Prefeitura cortou árvores em frente a sua sede, na Av. Brasília, após pedido da CPFL, já que as espécies estavam plantadas em local inadequado. Serão estas repostas? Parece que não. E quanto aos vários registros que os próprios moradores derrubam árvores nos mais diversos cantos da cidade? Precisamos rever esse hábito.
A notícia boa é que o déficit de árvores em Araçatuba caiu de 40 para 27,5 mil de 2017 para 2019, segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Mas ainda há muito a ser feito, e a responsabilidade vai desde ações exemplares e de incentivo do Poder Público até o dia-a-dia dos cidadãos. A arborização precisa ser preocupação de todos, pois envolve nosso bem-estar e o das próximas gerações.
Em 2014 conversei com Marcelo Oliveira, então membro do Clube da Árvore de Araçatuba. Ele citou que uma forma de driblar um problema que é esconder as fachadas das lojas comerciais seria cuidar para que a copa da árvore fique “acima da fachada”, evitando colocá-la no chão. Está aí uma sugestão.
Leonardo Balsalobre é jornalista