21 de dezembro de 2025
Artigo

Engasgo climático - Por Francisco Moreno

Por Redação |
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Na antiguidade, alegando “segurança nacional”, alguns reis matavam seus mensageiros, ao receber as notícias. Fosse boa ou ruim, Gengis Khan, degolava o estafeta ali, na hora. Na Pérsia, apesar de o Conselheiro Charidemos alertar o Rei Dario III de que tinha feito na guerra uma estratégia errada, mesmo assim, manda matar Charidemos depois de ter confirmado o erro que tinha feito.
Milhares de anos depois, o governo do Brasil, demite o diretor-geral do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), que comunicou um relatório ruim sobre o desmatamento. Relatórios e estudos devem ser transparentes e públicos. Pertencem ao povo e não exclusivamente ao governo.
Uma resposta “cala-boca” que dizem sobre o desmatamento na Amazônia é: a agricultura avança para alimentar o povo. Commodities geram dividendos na exportação etc. E um Conselheiro Ambiental se levanta e diz: E vamos respirar o quê?
Num bate papo, da roda sai uma pergunta ao amigo economista: qual investimento seria mais apropriado a longo prazo, tipo futuro mesmo, assim para os netos. Naturalmente, ele responde: Fábrica de cilindros. Cilindros? Sim de oxigênio… No futuro, vai faltar oxigênio, as pessoas terão que andar com cilindros nas costas. E continuou, “compre ações de um fabricante de macacões de antirradiações (deu até o nome da confecção). Ia descrever sobre alimentos, mas fizeram-no calar-se, bruscamente.
Outro “cala boca” sem sentido, é dizer que os europeus também destruíram sua vegetação. Portugal devastou seu território à custa das reservas de sua colônia. E aqui, quase extinguiram o Pau-brasil. Justificar um erro porque o outro errou, é burrice
Ao cortar uma árvore, o criminoso não está pegando só madeira, ou limpando a área. O Cientista Eduardo Viveiros de Castro, diz para seus colegas da Europa, que uma grande árvore na Amazônia, uma só, tem mais espécies vivas que um país inteiro da Europa. Uma árvore é a expressão máxima da diversidade ambiental, cheia de outras espécies vivas. Sem contar que tem uma relação profunda com o clima.
Todo mundo sabe que na Amazônia chove pra caramba. O que poucos sabem é que a metade da água da chuva é produzida pelas árvores, na evapotranspiração. Carlos Nobre, do Instituto Nacional das Mudanças Climáticas, faz um alerta inferindo que: “com o avanço do desmatamento na Amazônia, afetará o ciclo hidrológico”. O desmatamento, está chegando a um limite irreversível que dará um “engasgo” no clima, gerando um ponto de inflexão no ecossistema, difícil de se prever o tamanho da tragédia no globo todo.
A solução é parar totalmente o desmatamento e esperar até 2030 para que a floresta se regenere naturalmente, se não quiser ver um dia camelos e dunas no deserto Amazônico.
Francisco Moreno é membro do Movimento Global Católico das Mudanças Climáticas