21 de dezembro de 2025
Artigo

Mais Paulo Guedes, menos Guido Mantega - por Felipe Luiz de Oliveira

Por Redação |
| Tempo de leitura: 2 min

Investimentos públicos (ah, as obras! Foi Maluf que fez?) sempre foram o fetiche do Brasil, país das estatais, das grandes obras e das grandes corporações. E, recentemente vimos de camarote o resultado desse tipo de ideia (lembra dos PACs (Programas de Aceleração de Crescimento)?) no governo federal: obras inexistentes, inacabadas, inócuas e serviços precários, tudo emaranhado numa viscosa rede de corrupção.
O estado, endividado, foi ao colapso. A iniciativa privada, em estado de repressão com impostos, regulamentações e insegurança jurídica, reluta em investir num país onde os governos são maiores que as pessoas e ainda brincam de empreender com o dinheiro público. O Brasil parou.
Eis a receita do fracasso, mas não aprendemos. Isso se deve a uma cultura política: os gestores querem uma grande obra pra chamar de sua (tipo os antigos imperadores romanos) e os eleitores ainda se emocionam com esses anúncios, sobretudo quando há uma boa causa por trás.
Exemplo icônico dessa situação são os hospitais públicos veterinários. Há uma nobre intenção: fornecer cuidados técnicos para animais. Mas, partindo da questionável premissa de que o dinheiro público deve ser gasto nesse serviço, há dois modos de fazê-lo.
Via iniciativa privada, que possui estrutura, funcionários, know-how e otimiza recursos para chegar num preço final real, que seria pago pelo governo; ou via estado, com a construção de hospital, contratação de funcionários e equipamentos, geração de passivos trabalhistas e previdenciários e oportunização de todo tipo de desvios, que resultam num preço maior que o de mercado, com qualidade inferior.
Esse segundo modo não deveria nem ser cogitado. Mas, é comemorado. Estamos num paradoxo: Paulo Guedes e alguns parlamentares se desdobrando para desinchar o estado, enquanto estados e municípios fazem o oposto. E, pior, há aqueles que aplaudem as duas coisas ao mesmo tempo: os direitistas de clube de campo. Desses falarei em outro artigo.
Felipe Luiz de Oliveira é membro do Ilan