19 de dezembro de 2024
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Morre, aos 93 anos, Braulino Maia, mais conhecido como Garon Maia, a lenda da pecuária brasileira

Por Redação |
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Garon Maia viveu desde a época do carro de boi até as modernas tecnologias de terminação do gado; outra paixão era a aviação: foi piloto e chegou a ser dono de uma empresa de táxi aéreo - Foto: Reprodução

Morreu na manhã deste domingo (16) Braulino Basílio Maia Filho, aos 93 anos, conhecido como Garon Maia, um dos maiores e mais antigos pecuaristas do Brasil. Ele faleceu por volta das 11h, em seu apartamento, em Araçatuba. A causa da morte não foi divulgada.

Mineiro de Passos, Garon Maia era o irmão caçula do lendário Tião Maia, que fez história na pecuária nacional e internacional, falecido em 2005.

Assim como o irmão mais velho, Garon também é considerado uma lenda no setor: fundou mais de 50 fazendas e acompanhou todos os avanços da pecuária nos últimos 50 anos. Ele viveu desde a época do carro de boi à tecnologia de terminação do gado, por meio dos mais modernos sistemas de confinamento.

Apesar de sua bem-sucedida carreira no setor – possuía mais de 40 mil bois -, não gostava de ser chamado de pecuarista, preferia que o identificassem como boiadeiro, relembrando os velhos tempos das comitivas que levavam as boiadas pelas estradas para as fazendas dos compradores.

BERÇO

Sua trajetória na pecuária veio de berço. Seu pai, Braulino, mais conhecido como Lico Maia, trabalhava com arrendamento de terra em Minas Gerais, nas primeiras décadas do século 20.

O pai, de quem herdou o nome, recriava em torno de 3 mil bezerros, selecionava lotes e soltava na estrada para vender em Araçatuba, praça de compra de boi para invernada, na época das chamadas comitivas, conforme contou em entrevista ao Giro do Boi, em 2016.

Na década de 1980, mudou-se para Rondônia, atraído pelas terras fartas e férteis. Considerava lá o seu refúgio final, onde viveu os últimos 30 anos, na Fazenda Iviporã, em Cerejeiras (RO).

Ao contrário do irmão Tião, que gostava de festas e do glamour da vida social efervescente, Garon preferia a discrição e os hábitos simples da rotina na fazenda ao lado da esposa, Neuza Pádua Maia, com quem fora casado por 60 anos e de quem era viúvo.

Além das boiadas, outra paixão era a aviação. Foi piloto, estimulado pelo pai, Braulino, chegou a ter uma empresa de táxi aéreo e a casa de sua fazenda em Rondônia tem formato de asa de avião. Sua história está registrada no livro “Garon Maia – Memórias”, escrito em primeira pessoa.

O corpo de Braulino Maia ou Garon Maia, como era chamado, foi sepultado na tarde deste domingo (16), no Cemitério da Saudade, em Araçatuba. Ele deixa os filhos Garon, que herdou o nome pelo qual o pai era conhecido; Porthos e Dartagnan, além de noras, netos e bisnetos. A única filha, Carmen, já é falecida.

De Regional Press