O Fórum de Birigui recebe nesta quinta-feira (6), a partir das 9h, o julgamento de José Henrique Timóteo, de 27 anos, acusado pelo Ministério Público de tentar matar Matheus Andrei Pires com um golpe de faca, em novembro de 2023, no bairro João Crevelaro. O caso será analisado pelo Tribunal do Júri, sob a condução da juíza Moema Moreira Ponce Lacerda.
A sessão contará com a atuação do promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes, responsável pela acusação. Na denúncia, o MP afirma que o réu agiu por motivo fútil e utilizou recurso que dificultou a defesa da vítima, surpreendendo-a durante uma discussão de origem familiar.
Segundo o Ministério Público, o crime ocorreu no fim da tarde de 28 de novembro de 2023, quando José Henrique e sua cunhada teriam se desentendido após uma discussão doméstica. Horas depois, já exaltado, o réu teria ido ao local onde a vítima conversava com a mãe e desferido um golpe de faca no tórax de Matheus. A denúncia sustenta que o ataque prosseguiria se não fosse a intervenção da mãe da vítima e de populares.
O laudo médico anexado ao processo aponta que Matheus sofreu lesão corporal grave, precisou ser submetido a cirurgia e ficou internado por sete dias, apresentando risco à vida.
“Tentou matar e prometeu voltar armado”, diz acusação
De acordo com o documento, após o golpe, José Henrique ainda teria ameaçado retornar com uma arma de fogo para “terminar o serviço”, evidenciando intenção de consumar o homicídio. O MP enquadra o réu no crime de homicídio qualificado na forma tentada (art. 121, §2º, II, c.c. art. 14, II, do Código Penal).
Defesa nega intenção de matar
A defesa de José Henrique será conduzida pelos advogados Jeronimo Junior, Keilla Dias Takahashi e Daniel dos Santos. Em manifestação preliminar, afirmam que o réu não teve intenção de matar, sustentando que o episódio foi um descontrole emocional decorrente de tensão familiar, sem premeditação:
“O que houve foi um conflito doméstico, não um plano de homicídio. José Henrique agiu por impulso, sem intenção de tirar a vida de ninguém. Caberá ao Júri analisar com serenidade o contexto emocional e o histórico de convivência entre os envolvidos.”
Os advogados também ressaltam que o réu não fugiu da cidade e compareceu a todos os atos processuais, o que, segundo eles, reforça “a ausência de frieza e de comportamento típico de quem age para matar”.
Tribunal do Júri decidirá o desfecho
O julgamento será aberto ao público, e sete jurados definirão se o réu responderá por tentativa de homicídio qualificado ou por crime menos grave, como lesão corporal, a depender da interpretação sobre a intenção no momento do golpe.
A expectativa é de uma sessão longa, com depoimentos da vítima, de familiares e de testemunhas que presenciaram a intervenção para conter o ataque.
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