O caminhoneiro Josivaldo Batael, de 33 anos, morreu na noite da última quarta-feira, 2, na Santa Casa de Araçatuba, após passar mais de um mês internado com um quadro grave de infecção generalizada. A suspeita é de que o problema tenha sido provocado pela picada de uma aranha-marrom, uma espécie considerada extremamente venenosa.
De acordo com familiares, o caminhoneiro começou a sentir fortes dores na perna esquerda no fim de maio, quando já havia retornado de viagem. Ele procurou atendimento no pronto-socorro de Araçatuba, onde foi inicialmente diagnosticado com uma inflamação e liberado para casa. Poucos dias depois, o quadro se agravou com surgimento de bolhas, pus, febre alta e confusão mental.
Com o agravamento dos sintomas, Josivaldo foi encaminhado para a Santa Casa, onde ficou internado por semanas. A hipótese é de que ele tenha sido picado enquanto dormia com a janela do caminhão aberta, durante uma viagem ao Estado do Espírito Santo. A ventilação improvisada, segundo familiares, era comum devido ao calor e à falta de ar-condicionado no veículo.
A mulher de Josivaldo, Isabela Cristina Martins, de 28 anos, chegou a promover campanhas nas redes sociais para ajudar com os custos da casa e dos dois filhos pequenos, que foram levados para o Paraná para ficar com a avó materna. A história gerou comoção entre amigos e conhecidos do caminhoneiro e nas redes sociais. O velório aconteceu em Araçatuba, nessa quinta-feira, 3.
Cuidado
A aranha-marrom (Loxosceles sp.) é uma das espécies mais perigosas do Brasil. Sua picada pode passar despercebida inicialmente, mas evolui rapidamente para necrose no local e, em casos mais graves, para infecção generalizada e falência múltipla de órgãos. É uma aranha de hábitos noturnos, que costuma se esconder em locais escuros, roupas, calçados e entulhos.
Em caso de suspeita de picada, o Ministério da Saúde orienta que a pessoa procure atendimento médico imediatamente. Aplicar compressas frias e evitar medicamentos por conta própria são medidas recomendadas até a chegada ao serviço de saúde. Se possível, levar o animal para identificação pode ajudar no tratamento.
Santa Casa e Prefeitura detalham atendimento
Em nota, a Santa Casa de Araçatuba informou que o paciente esteve internado desde o dia 29 de maio e, desde então, foi avaliado por médicos de várias especialidades relacionadas às causas que geraram a internação. "Também nesse período, o paciente esteve consciente, orientado e comunicativo", informou.
Segundo o hospital, em nenhum momento teria sido relatado acidente causado por aranha ou outro animal peçonhento." Foi visitado neste período por familiar direto, que também não fez qualquer registro sobre provavel ataque. Por tanto, no hospital e no Serviço de Vigilância Epidemiológica Hospitalar inexistem notificações que associam o óbito a incidente com animal peçonhento", concluiu a nota.
Já a Prefeitura de Araçatuba informou que, em 29 de maio de 2025, às 8h33, o paciente foi atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), "referindo dor em membro inferior esquerdo há aproximadamente seis dias. Foram realizados exames, iniciado protocolo de sepse com administração de medicamento, solicitada vaga para transferência à Santa Casa às 9h40, o que ocorreu no mesmo dia, às 15h30".
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