A Polícia Civil, por meio da 3.ª Delegacia de Homicídios (3.ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, prendeu, nesta quarta-feira (22), dois suspeitos de assassinar a tiros um homem de 62 anos, em novembro do ano passado. O corpo dele foi encontrado carbonizado no interior do seu carro, no bairro Tangarás. Um dos investigados, de acordo com a polícia, seria filho biológico da vítima e alegou ter cometido o crime porque seu suposto pai teria passado a fazer propostas indecorosas para suas filhas, de 16 e 19 anos.
O corpo de Valdeci Candido Dias estava dentro de seu veículo, um Fiat Uno Way, encontrado em chamas no início da noite do dia 27 de novembro do ano passado no prolongamento da rua Osvaldo Iackstef, em uma estrada de terra entre dois assentamentos.
Na ocasião, o Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o fogo, que também havia se espalhado para a mata e, ao localizar o corpo carbonizado, entrou em contato com a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil, que iniciou as diligências para esclarecer o crime.
Equipes da 3.ª DH da Deic chegaram até R.C.G.S., 40 anos, e M.V.B, 29 anos, moradores do Jardim das Orquídeas. Dias após o crime, o primeiro, com passagens por roubo e tráfico de drogas, havia dado entrada no Hospital Estadual (HE) com queimaduras.
Na ocasião, ele alegou que tentou tirar a própria vida usando de gasolina. Contudo, em diligências realizadas pela equipe de homicídios no estabelecimento de seu pai de criação, na avenida Lúcio Luciano, ele disse que teria se queimado quando fritava coxinhas.
"Vínculo entre autor e vítima foi descoberto pela equipe durante investigação, já que R. seria filho biológico não reconhecido de Valdeci. Com a morte da mãe do investigado, houve tentativa de aproximação da vítima em relação ao suposto filho", diz nota da Polícia Civil.
A paternidade, segundo familiares de Valdeci, nunca foi comprovada por exames. Informalmente, o suposto filho dele confessou o crime e contou que desentendeu-se com a vítima quando soube que ela havia feito propostas indecorosas para suas filhas, de 16 e 19 anos.
Investigações
De acordo com o delegado Cledson do Nascimento, titular da 3.ª DH da Deic, a investigação obteve imagens do veículo de Valdeci seguindo para o local da desova com ele no banco de trás, com um saco de ráfia na cabeça. Não ficou esclarecido se, neste momento, ele estava vivo ou se já havia sido morto.
"O veículo era seguido por um Ford Ka prata que, na data de ontem, foi localizado no prédio em que o investigado estava residindo, no Jardim Tangarás, para onde havia se mudado após a prática do crime", revela Nascimento em nota.
R.C.G.S. confessou que, após agredir Valdeci, levou-o até uma região de mata, onde ele foi morto a tiros. Posteriormente, o carro dele foi incendiado com o corpo dentro. O investigado teve a prisão temporária decretada e permaneceu à disposição da Justiça.
Um segundo suspeito, que inicialmente negou envolvimento no homicídio, acabou admitindo que estava com R.C.G.S. quando Valdeci foi assassinado e que foi com ele comprar combustível em um posto de gasolina para atear fogo ao Fiat Uno. O pedido de prisão temporária dele é analisado pela Justiça.
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