O petebista argumentou que o campo do Ferrinho deveria ser tombado em vez de ser destruído para receber a obra. "Há muitos locais na cidade para receber a nova estação", justificou o ex-parlamentar.

Via nota oficial, a Prefeitura informou sobre o caso que "ainda não foi citada, mas, como sempre, dará todas as informações necessárias, sempre visando a dar transparência aos seus atos. A nota ressalta que a gestão de Dilador Borges (PSDB) "nunca teve uma obra embargada por irregularidades".

Prossegue a nota: "A atual administração realizou obras importantes nos últimos sete anos, algumas sobre as quais a população aguardava melhorias havia mais de 30 anos. Como, por exemplo, a instalação de galerias no bairro Esplanada, em que os moradores enfrentavam inundações, e as avenidas Juscelino Kubitschek e Dois de Dezembro, entre tantas outras".

O terminal urbano será "mais uma obra de sucesso", assegura o documento, "pois será feita para melhorar a qualidade de serviços para os usuários de transporte público na cidade, além de levar mais segurança e comodidade à região".

A nota ainda afirma que "quanto a prejudicar o patrimônio histórico, a informação não procede. A administração também está em processo de abertura de licitação para investir R$ 2.028.436,07 na recuperação do Centro Cultural Ferroviário, o local irá receber cobertura nova, parte hidráulica e elétrica, construção de sanitários acessíveis e paisagismo do entorno".

POLÊMICA

O ex-vereador Nei Giron (PTB) protocolou junto ao Ministério Público uma representação contra o projeto da Prefeitura de Araçatuba que prevê a construção do novo terminal urbano da cidade na área em que fica o conhecido campo do Ferrinho, perto do Pronto-Socorro Municipal, no bairro São Joaquim.

Na representação, o ex-parlamentar requere que o Ministério Público Estadual (MPE-SP) suspenda qualquer medida que vise à destruição da área do campo, que, segundo ele, encontra-se com dois pedidos de tombamento histórico no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

Giron, que foi vereador em três mandatos (entre 1997 e 2008), afirma que a Prefeitura de Araçatuba não forneceu esclarecimentos concretos à Promotoria do Patrimônio Público na esteira de sua representação e que teria dito apenas haver estudos sobre a possibilidade de implantação do terminal no local.

Giron fez outros questionamentos na representação ao MPE-SP, com relação a problemas que não teriam sido resolvidos pela atual gestão municipal. Entre eles está a não restauração do Centro Cultural Ferroviário, prometida há seis anos e que seria necessária para eliminar o risco à integridade do prédio e das pessoas que circulam pelo local.

Ele também levanta problemas em obra da avenida Joaquim Pompeu de Toledo e questiona a compra de veículos com dinheiro destinado ao combate à Covid-19, além da concessão de aumento de salário de 50% a cargos comissionados e o fechamento dos pronto-socorros dos bairros Santana e São João.

A representação foi proposta no dia 8 de maio e solicita a abertura de inquéritos para apurar responsabilidades, assim como a tomada de medidas quanto à precariedade do prédio do Centro Cultural Ferroviário e o embargo da licitação da obra para construção do terminal na área do campo do Ferrinho.

O PROJETO

A Prefeitura de Araçatuba já anunciou que projeta construir um novo terminal rodoviário urbano na rua Rosa Cury, ao lado do Pronto-Socorro, na esquina com a rua Silva Manoel, no bairro São Joaquim. Os investimentos anunciados são de R$ 7 milhões.

A abertura dos envelopes das empresas está prevista para 12 de junho. Segundo a prefeitura, houve consenso entre o poder público e a direção do Clube Atlético Ferroviário para o uso do campo para este fim. O espaço pertence ao poder público. A justificativa é que o atual terminal, localizado atrás da antiga estação ferroviária, seria “inseguro e desconfortável”