ECONOMIA

Rui Costa nega divergências com Haddad

O ministro-chefe da Casa Civil afirmou que tem 'proximidade político-ideológica' com o colega

Por Letícia Casado e Lucas Borges Teixeira | 22/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Joédson Alves/ Agência Brasil

Rui Costa: 'Para ficar mais próximo, só se eu for morar com ele [Haddad] ou ele vier morar comigo'
Rui Costa: 'Para ficar mais próximo, só se eu for morar com ele [Haddad] ou ele vier morar comigo'

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, negou nesta quarta-feira (22) possíveis desavenças com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Rui afirmou que tem "proximidade político-ideológica" com o colega. "Para ficar mais próximo, só se eu for morar com ele ou ele vier morar comigo", disse, em café da manhã com jornalistas.

Pessoas próximas à cúpula do Palácio do Planalto narram que os ministros têm entrado em embates discretos nos bastidores. As desavenças relatadas teriam se intensificado nos últimos dias durante a discussão sobre o arcabouço fiscal, formulado pela Fazenda e apresentado diretamente pela equipe econômica ao presidente Lula (PT), sem a Casa Civil.

Rui disse que, na Casa Civil, seu papel é de coordenar, mas que, no caso de um projeto aguardado como este da nova regra fiscal, considera natural que o colega vá direto ao presidente.

O ministro chamou ainda a disputa relatada nos bastidores de "invenção". "Gosto de trabalhar, de ver o resultado do nosso trabalho. Se tem algo que eu não gosto, é fofoca. Acho que não contribui", disse.

Alguém criou essa tese de que há uma polêmica, uma disputa, entre mim e o ministro Haddad, e fica isso há semanas. Eu até brinquei com ele nesta semana: 'Acho que a gente vai ter de tomar café da manhã junto, almoçar junto, quem sabe morar junto, para ver se para com isso'. Porque não é possível..."Rui Costa, sobre relação com Haddad

Os ministros são dois dos principais nomes para uma possível sucessão de Lula em 2026, caso o presidente cumpra a promessa de não concorrer à reeleição.

Ex-governador da Bahia por oito anos, Costa é tido como um dos homens mais leais a Lula -característica que o presidente valoriza muito. Ele ganhou o cargo de principal assessor do presidente, na Casa Civil e é considerado como alguém de "perfil técnico", apelidado pelo presidente de "Dilma de calças". Além disso, conseguiu fazer sucessor no estado que deu mais votos ao petista no país.

Já Haddad é o principal pupilo do presidente. Candidato em 2018 após Lula ser preso, também é tido como uma figura leal e próxima de Lula. Foi indicado a um dos cargos mais disputados- e com maior responsabilidade -do governo e é elogiado pelo chefe tanto publicamente quanto em reuniões particulares.

A proposta da Fazenda para a nova regra fiscal já está pronta e sendo apresentada por Haddad a parlamentares.

Na terça (21), o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse a interlocutores que Haddad pretendia conversar com senadores sobre o tema na volta da China.

No governo está pacificada a ideia de que Haddad deve debater a proposta com os líderes políticos antes de o governo enviar a medida para ser votada no Congresso. O objetivo é que o texto vá para análise dos parlamentares depois de já ter sido debatido em reuniões privadas.

O novo marco fiscal (chamado também de "arcabouço" ou "âncora" fiscal) altera as regras para o controle das contas públicas do país e é um substituto ao teto de gastos. A medida vem sendo discutida pelos economistas ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a campanha presidencial.

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