O gerente de recuperação da CPFL Paulista para a região de Araçatuba, Victor Reis Silva, disse que o número de gatos caiu cerca de 20% com relação ao ano de 2021 e isso se deve ao fato da empresa estar adotando medidas para evitar o furto de energia elétrica tanto em empresas, indústrias e casas de moradia.

"A CPFL vem investindo em novos processos de tecnologia para reduzir o número de ligações clandestinas e isso tem causado um impacto positivo para a companhia. Para instalações industriais estamos usando caixas blindadas e para estabelecimentos comerciais estamos instalando conjunto de medidores", disse Silva.

Dessa forma, segundo o gerente de recuperação, a CPFL consegue conferir diariamente o consumo de energia de qualquer estabeleciumento e verificar discrepâncias muito altas no consumo de energia. "É um monitoramento feito 24h totalmente online", informou.

Silva também observou que ao fazer um gato de energia elétrica o morador infrator pode colocar em risco sua residência e também a de vizinhos, já que sobrecarregará a rede de energia elétrica e pode provocar um aumento expresssivo na distribuição de energia das ruas e dos imóveis vizinhos.

'Gatos' são perigosos para os moradores e constituem crime

As ligações clandestinas de energia, os chamados gatos, ocorrem quando alguém rouba energia elétrica seja diretamente dos postes nas ruas ou fazendo a alteração do medidor de energia dentro de casa.

Gato de energia elétrica é crime?

Sim, é crime. Nesse caso, a pessoa pode ser enquadrada com a justificativa de delito por furto e/ou estelionato, a depender de como foi realizado o roubo de energia.

Isso porque existem duas formas mais usadas para realização do gato de energia e, basicamente, é a forma com que o gato foi realizado que diz qual enquadramento a ação terá.

Se a ligação clandestina foi feita da rua diretamente para a casa, ou seja, sem passar pelo registro medidor de energia, a ação será enquadrada no crime de furto. Mas se ligação ilegal simplesmente altera as características do medidor de energia, para pagar um valor menor, o responsável será enquadrado no crime de estelionato.

Qual a condenação para crime de gato de energia?

Existe uma diferença de penalidade quando o crime é caracterizado como furto e quando é caracterizado como estelionato por gato de energia elétrica.

O furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, prevê reclusão de um a quatro anos e multa. Já o estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, prevê reclusão de um a cinco anos e multa.

No caso do estelionato pode-se ter a possibilidade de pagar fiança. Para isso, um pedido deve ser feito diretamente ao juiz competente.

Vale a pena ressaltar que, além das penas e da multa prevista, fazer gato de energia elétrica ainda gera grandes transtornos como ficha suja na justiça e o constrangimento de ser pego fazendo algo ilegal.

Além disso, esse tipo de ação pode gerar uma situação bem complicada em relação aos vizinhos que, por sua vez, vão pagar uma conta de energia mais cara por causa do gato que alguém realizou.